Além de ter sido uma enciclopédia ambulante que propagou informações sobre rock e cultura pop com notório conhecimento de causa, Antonio Carlos Senefonte (15 de março de 1955 – 19 de maio de 2017), o Kid Vinil, foi ele mesmo um verbete da história do pop nacional.
O artista paulista ganhou projeção na cena pop dos anos 1980 como líder e vocalista das bandas Verminose, Magazine – com a qual emplacou dois hits nacionais, Eu sou boy (Ted Gaz e Aguinaldo, 1983) e Tic tic nervoso (Marcos Serra e Antonio Luz, 1984) – e Heróis do Brasil.
Entre idas e vindas dessas bandas, Kid Vinil gravou um único álbum solo. Título até então inédito em CD, esse álbum – intitulado Kid Vinil e lançado originalmente em 1989 pela atualmente já extinta gravadora RGE – está sendo reeditado pelo selo Discobertas com tiragem limitada de 500 cópias.
Produzido por Marco Antonio Galvão, o álbum não fez sucesso, mas se tornou item de colecionador quando Kid se reinventou como antenado DJ e VJ a partir da década de 1990.
Nesse disco solo, gravado por Kid após o fracasso comercial do projeto com a banda Heróis do Brasil, o cantor se juntou ao baterista Abel, ao baixista Felipe e ao guitarrista Nivaldo.
Com esse trio, Kid pegou novamente a onda sonora da New Wave e deu voz a músicas então inéditas como BR 116 (André Christovam), Franguinha assada (Tico Terpins e Zé Rodrix), Sou solteiro (Roberto Bicelli, Nivaldo e Miguel de Almeida) e TV primata (Nivaldo e Ayrton Mugnaini Jr.).
Apesar das expectativas, as vendas do disco foram pífias e ficaram abaixo das cinco mil cópias. Logo retirado de catálogo, o álbum Kid Vinil se tornou raridade até, enfim, ganhar a primeira edição em CD neste mês de novembro de 2018, quase 30 anos após a gravação do disco.
Fonte: G1 Mauro Ferreira