09/04/2019

Exposição revive Pixinguinha

Dia Nacional do Choro desde que assim sentenciou lei sancionada em setembro de 2000, 23 de abril é desde sempre o dia de Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897 – 1973), o Pixinguinha, pilar do choro e da própria música brasileira formatada ao longo do século XX tendo como referência básica o trabalho do artista como arranjador.

Essa justa associação permanece inalterada mesmo que pesquisa recente feita pelo pianista Alexandre Dias tenha apontado 4 de abril como a data mais provável do nascimento do compositor, músico, arranjador e maestro carioca.

Talvez não de fato, mas por direito, Pixinguinha é de 23 de abril, data estrategicamente escolhida pelo Instituto Moreira Salles (IMS) para inaugurar no Rio de Janeiro (RJ), cidade natal do artista, exposição que reaviva a vida e a obra do mestre.

A abertura propriamente dita está agendada para as 17h30m de 23 de abril, dia e hora em que o músico Antônio Rocha tocará flauta que pertenceu a Pixinguinha e que será exibida na exposição entre quatro partituras, discos, dez retratos e objetos pessoais do acervo de Pixinguinha, sob a guarda do IMS desde 2000.

A flauta da abertura é um dos itens mais raros e valiosos do acervo selecionado e exposto sob a supervisão do jornalista Luiz Fernando Vianna, curador da exposição. A flauta, da marca Barlassina & Billoro, foi a última tocada por Pixinguinha, já que, no início da década de 1940, o músico adotou o saxofone tenor como instrumento condutor da carreira. Sob encomenda do IMS, a flauta foi restaurada neste ano de 2019 pelo músico Franklin Corrêa, o Franklin da Flauta.

Entre as quatro partituras originais, há uma página do arranjo da composição mais famosa e mais gravada de Pixinguinha, Carinhoso, lançada em 1917 sem a letra escrita posteriormente por Braguinha (1907 – 2006) e registrada pela primeira vez em disco em 1937. O arranjo foi escrito por Pixinguinha em 29 de agosto de 1938. O choro-canção poderá ser ouvido em registros audiovisuais nas vozes de cantores como Chico Buarque, Joyce Moreno, Monarco e Zélia Duncan.

Chapéus, gravatas-borboleta, abotoaduras e caneta – entre outros objetos pessoais de Pixinguinha – também serão vistos na exposição ao lado de discos de 78 rotações por minuto e de LPs.

A intenção é oferecer amplo painel, inclusive cronológico da trajetória desse artista fundamental que, ao sair de cena em 17 de fevereiro de 1973, já tinha entrado há décadas na história e na galeria dos imortais da música brasileira.

 

 

 

Fonte: G1 Mauro Ferreira

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