A verve de Rita Lee faz falta no universo pop do Brasil. Afastada dos palcos e da música desde 2012, ano em que lançou "Reza", último álbum de carreira fonográfica iniciada em 1966, a cantora e compositora paulistana transferiu a espirituosidade das letras – escritas com invariável leveza – para a escrita de livros.
Tornada escritora best-seller há três anos, com o êxito fenomenal do livro "Rita Lee – Uma autobiografia" (2016), a artista volta ao mercado editorial em julho pelo selo Globinho, braço infantil da editora Globo Livros.
Com ilustrações de Guilherme Francini, Amiga ursa – Uma história triste, mas com final feliz marca o retorno de Rita Lee à literatura infantil 27 anos após a edição em 1992 do quarto e último livro da artista sobre Dr. Alex, personagem surgido originalmente em livro de 1986 em que a então emergente escritora contou para crianças de todas as idades a história de Joseph Karl Alex, cientista defensor dos animais.
Amiga ursa, a propósito, versa sobre o mesmo universo. No livro, Rita Lee aflora a veia ativista ao contar história baseada na saga real de Marsha, ursa parda siberiana vítima do tráfico de animais que, após ser atração circense por cerca de 25 anos, foi enviada a um parque zoobotânico de Teresina (PI), onde causou comoção internacional pelo olhar triste e sem esperança.
O final feliz vem do fato de que, por iniciativa de ativistas, Marsha foi transferida para santuário do estado de São Paulo, onde ganhou até novo nome, Rowena.
O ativismo de Rita Lee é animal.
Fonte: G1 Mauro Ferreira