29/08/2019

Filme idealiza mundo sem os Beatles

E se ninguém conseguisse se lembrar dos sucessos dos Beatles, a não ser um músico de rua? O cineasta Danny Boyle tomou essa ideia como seu ponto de partida.

A ideia básica de "Yesterday", que estreia nesta quinta-feira (29) no Brasil, é original: o filme começa com um apagão global, durante 12 segundos tudo fica sem eletricidade. Nesse momento, o nem tão bem-sucedido guitarrista Jack Malik se choca de bicicleta contra um ônibus, perde dois incisivos e tem que ir para o hospital.

Quando volta a si, o mundo se transformou, pelo menos num detalhe fantástico. Na cama do hospital, Jack cantarola uma melodia dos Beatles que lhe passa pela cabeça. Sua agente e amiga de longa data Ellie (Lily James) fica só olhando-o, perplexa. Mas esse é só o começo.

Depois que o músico amador recebe alta, seus amigos organizam uma festinha de boas-vindas. A certa altura, ele pega o violão, canta e toca o hit dos Beatles, "Yesterday". Todos ficam admiradíssimos: de onde é que ele tirou essa canção tão incrível? O texto, a melodia, o arranjo, tão simples quanto genial?

Agora é a vez de Jack ficar perplexo: qualquer criança conhece "Yesterday", aquela dos Beatles! Aí fica claro: nessa realidade alternativa, ninguém jamais ouviu falar nem dessa canção, nem do conjunto britânico. Nada de "Let it be", "She loves you" ou do icônico LP "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".

No filme, todos os álbuns dos Beatles sumiram das prateleiras, não existem gravações, nem uma única foto dos quatro músicos.

Essa é a premissa do filme, inverossímil, mas simpática. O diretor inglês Danny Boyle envia seu protagonista (representado por Himesh Patel, até então conhecido apenas por uma telenovela da BBC) numa fantástica viagem de sucesso musical. Aquele que até então só tocara seu instrumento em ruas de pedestres e bares mal-frequentados agora é dono de um tesouro musical incalculável.

E, na verdade, ele ao mesmo tempo se envergonha, pois nunca quis se vangloriar com os méritos alheios. Mas, como ninguém quer acreditar que já existiu uma banda pop chamada "The Beatles", o destino toma seu curso: Jack Malik é aclamado como superstar, genial compositor-cantor que atrai milhares às salas de shows.

Ele recebe reconhecimento e apoio de outro músico muito famoso. Ed Sheeran, que representa a si mesmo no filme Yesterday, tem que admitir que existe sobre a Terra um jovem ainda mais genial, nascido com o dom de fabricar um sucesso atrás do outro.

Danny Boyle alcançou status de diretor cult com "Trainspotting: Sem limites" (1996). Seu "Quem quer ser um milionário?" (2008) abocanhou oito Oscars; e em 2015 ele prestou com "Steve Jobs" um tributo surpreendentemente crítico ao criador da Apple.

Na verdade, ele estava agendado para dirigir o 25º James Bond, mas se desentendeu com os produtores, supostamente por diferenças artísticas.

Assim, com base em um roteiro de Richard Curtis, Boyle voltou-se para mais uma "pequena" produção sobre música e milagres, sobre méritos britânicos, músicos de província e sonhos.

As filmagens de "Yesterday" já haviam terminado quando chegou o cancelamento do projeto Bond mas, de algum modo, o filme combina mesmo melhor com o mundo desse cineasta de Manchester.

A ideia de mais uma vez reinventar os Beatles para a tela grande tem seu charme. O principal trunfo da realização cinematográfica é Himesh Patel, ator inglês de ascendência indiana e africana. Outro é Ed Sheeran, compositor, cantor e produtor que convence como ator, apresentando-se simpático e discreto, num papel que permite até um olhar autoirônico sobre a própria carreira.

E a música, claro, contribui para o sucesso da comédia romântica. Mesmo não sendo os quatro legendários cabeludos a cantar e tocar a mais de uma dúzia de canções inesquecíveis, e sim o simpático Patel, a maior parte dos espectadores de hoje não conseguirá escapar da magia beatlemaníaca.

Após a estreia mundial no Tribeca Festival de Nova York e sessões isoladas em festivais americanos menores, Yesterday chega às salas de exibição brasileiras em 29 de agosto, após ser lançado em 28 de junho nos Estados Unidos e 11 de julho na Alemanha.E se ninguém conseguisse se lembrar dos sucessos dos Beatles, a não ser um músico de rua? O cineasta Danny Boyle tomou essa ideia como seu ponto de partida.

A ideia básica de "Yesterday", que estreia nesta quinta-feira (29) no Brasil, é original: o filme começa com um apagão global, durante 12 segundos tudo fica sem eletricidade. Nesse momento, o nem tão bem-sucedido guitarrista Jack Malik se choca de bicicleta contra um ônibus, perde dois incisivos e tem que ir para o hospital.

Quando volta a si, o mundo se transformou, pelo menos num detalhe fantástico. Na cama do hospital, Jack cantarola uma melodia dos Beatles que lhe passa pela cabeça. Sua agente e amiga de longa data Ellie (Lily James) fica só olhando-o, perplexa. Mas esse é só o começo.

Depois que o músico amador recebe alta, seus amigos organizam uma festinha de boas-vindas. A certa altura, ele pega o violão, canta e toca o hit dos Beatles, "Yesterday". Todos ficam admiradíssimos: de onde é que ele tirou essa canção tão incrível? O texto, a melodia, o arranjo, tão simples quanto genial?

Agora é a vez de Jack ficar perplexo: qualquer criança conhece "Yesterday", aquela dos Beatles! Aí fica claro: nessa realidade alternativa, ninguém jamais ouviu falar nem dessa canção, nem do conjunto britânico. Nada de "Let it be", "She loves you" ou do icônico LP "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".

Essa é a premissa do filme, inverossímil, mas simpática. O diretor inglês Danny Boyle envia seu protagonista (representado por Himesh Patel, até então conhecido apenas por uma telenovela da BBC) numa fantástica viagem de sucesso musical. Aquele que até então só tocara seu instrumento em ruas de pedestres e bares mal-frequentados agora é dono de um tesouro musical incalculável.

E, na verdade, ele ao mesmo tempo se envergonha, pois nunca quis se vangloriar com os méritos alheios. Mas, como ninguém quer acreditar que já existiu uma banda pop chamada "The Beatles", o destino toma seu curso: Jack Malik é aclamado como superstar, genial compositor-cantor que atrai milhares às salas de shows.

Ele recebe reconhecimento e apoio de outro músico muito famoso. Ed Sheeran, que representa a si mesmo no filme "Yesterday", tem que admitir que existe sobre a Terra um jovem ainda mais genial, nascido com o dom de fabricar um sucesso atrás do outro.

Danny Boyle alcançou status de diretor cult com "Trainspotting: Sem limites" (1996). Seu "Quem quer ser um milionário?" (2008) abocanhou oito Oscars; e em 2015 ele prestou com "Steve Jobs" um tributo surpreendentemente crítico ao criador da Apple.

Na verdade, ele estava agendado para dirigir o 25º James Bond, mas se desentendeu com os produtores, supostamente por diferenças artísticas.

Assim, com base em um roteiro de Richard Curtis, Boyle voltou-se para mais uma "pequena" produção sobre música e milagres, sobre méritos britânicos, músicos de província e sonhos.

As filmagens de "Yesterday" já haviam terminado quando chegou o cancelamento do projeto Bond mas, de algum modo, o filme combina mesmo melhor com o mundo desse cineasta de Manchester.

A ideia de mais uma vez reinventar os Beatles para a tela grande tem seu charme. O principal trunfo da realização cinematográfica é Himesh Patel, ator inglês de ascendência indiana e africana. Outro é Ed Sheeran, compositor, cantor e produtor que convence como ator, apresentando-se simpático e discreto, num papel que permite até um olhar autoirônico sobre a própria carreira.

E a música, claro, contribui para o sucesso da comédia romântica. Mesmo não sendo os quatro legendários cabeludos a cantar e tocar a mais de uma dúzia de canções inesquecíveis, e sim o simpático Patel, a maior parte dos espectadores de hoje não conseguirá escapar da magia beatlemaníaca.

Após a estreia mundial no Tribeca Festival de Nova York e sessões isoladas em festivais americanos menores, Yesterday chega às salas de exibição brasileiras em 29 de agosto, após ser lançado em 28 de junho nos Estados Unidos e 11 de julho na Alemanha.

 

 

 

 

 

Fonte: G1 Pop e Arte

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