03/10/2019

Zé Ramalho comemora 70 anos com novo disco

Nascido em 3 de outubro de 1949, Zé Ramalho completa 70 anos de olho no retrovisor.

Estrategicamente agendada pelos selos Avohai e Discobertas para a quinta-feira, 3 de outubro de 2019, dia do 70º aniversário do artista, a edição do inédito álbum ao vivo Cine Show Madureira (1979), gravado há 40 anos, flagra o cantor, compositor e músico paraibano no auge da forma como compositor.

Reforçando a efeméride, gravadora multinacional anuncia que oito álbuns de Zé Ramalho estão sendo lançados em edição digital na mesma data com faixas-bônus que totalizam 16 gravações adicionais.

Contudo, o inédito álbum ao vivo é o suprassumo da festa dos 70 anos do artista. Produzido pelo pesquisador musical Marcelo Fróes e editado também no formato de CD, com direito à encarte com texto e letras das músicas, o disco Cine Show Madureira (1979) traz à tona 12 números do show A peleja do diabo com o dono do céu, baseado no homônimo segundo álbum solo de Ramalho, lançado naquele ano de 1979.

Trata-se de um disco de forte sotaque nordestino, amplificado pelo tom profético imprimido pela voz cavernosa do cantor em músicas autorais então inéditas como o galope Beira-mar (Zé Ramalho, 1979) e o aboio Admirável gado novo (Zé Ramalho, 1979), o maior hit do álbum.

Estas duas composições estão evidentemente entre os 12 números do show captado em dezembro de 1979 no Cine Show Madureira, já extinta casa do subúrbio da cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Músicas do primeiro álbum solo do artista, Zé Ramalho (1978), como a psicodélica A dança das borboletas (Alceu Valença e Zé Ramalho, 1977) e Chão de giz (Zé Ramalho, 1978), também integram o roteiro do show.

Embora exponha gravação de tom caseiro, feita há 40 anos sem finalidade profissional, o disco Cine Show Madeira (1979) apresenta boa qualidade técnica.

Atualizando o discurso dos cordelistas e repentistas com linguagem contemporânea que jamais abafou a origem nordestina do som do artista, Zé Ramalho se impôs na cena dos anos 1970 como espécie de trovador de tom ora místico, ora messiânico.

Decorridos 40 anos do show ora perpetuado em álbum ao vivo, o cantor continua em cena e vive do glorioso passado com a voz ainda em forma.

 

 

 

 

Fonte: G1 Mauro Ferreira

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