Criado em abril de 1979 no Centro Histórico de Salvador (BA), dentro do Pelourinho, o bloco afro-baiano Olodum legou ao mundo a batida do samba-reggae, de criação creditada a Antônio Luís Alves de Souza (1955 – 2009), músico soteropolitano conhecido pelo nome artístico de Neguinho do Samba. O bloco gerou grupo musical que debutou no mercado fonográfico em 1987.
40 anos, EP recém-lançado pelo grupo Olodum, celebra a efeméride, contabilizando no título as quatro décadas da formação do bloco.
Com quatro músicas, o disco tem alguns encantos, mas, no todo, resulta aquém do histórico desse grupo que, em tempos áureos, forneceu repertório incendiário para as principais cantoras de axé music.
De todo modo, a batida do samba-reggae está lá, como sinaliza o registro da música inédita O nome da rosa, insosso reggae composto por Alisson Lima com inspiração no romance "O nome da rosa", do escritor italiano Umberto Eco (1932 – 2016).
Entre altos e baixos, cabe ressaltar o suingue aliciante em que cai a gravação do samba-reggae Minha tez, a melhor das três músicas inéditas do EP, cujo lote de faixas inclui regravação de A ver navios (Valmir Brito e Roque Carvalho, 1992), composição lançada pelo grupo há 27 anos no álbum "A música do Olodum" (1992).
Composição assinada por Alisson Lima, Sereia chega ao disco com o status de ter sido eleita a melhor música da edição de 2018 do Festival de músicas e artes Olodum (FEMADUM). A música foi feita originalmente para o bloco Olodum desfilar no Carnaval com o enredo "Deusas das águas, oceanos, rios e lagos".
No EP 40 anos, o grupo Olodum exalta o legado desse bloco cuja música ganhou o mundo na batida percussiva do samba-reggae.
Fonte: G1 Mauro Ferreira