Diogo Nogueira é carioca como Mahmundi. Como diversas ondas musicais se ergueram no mar da cidade do Rio de Janeiro (RJ) desde que o samba é samba, o artista sempre foi visto em praia diferente da frequentada por essa cantora e compositora de som bronzeado com o ensolarado synth-pop da década de 1980. Coisa boa – single lançado no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro – aproxima as praias de Diogo e Mahmundi.
"Se a coisa tá preta, a coisa tá / Boa, boa", afirmam os cantores, afinados nos versos de refrão que dilui preconceitos de linguagem relacionados à questão racial.
Coisa boa é composição inédita de Diney, Bruno Barreto e Thiago Soares que se desvia da cadência tradicional do samba, ainda que o repique de anel, o tamborim, os pandeiros, o ganzá, a frigideira, o prato e a faca percutidos pelo músico Maninho revolvam a ancestralidade dos terreiros na gravação produzida por Alexandre Cardozo e Rafael dos Anjos – nomes recorrentes na discografia de Diogo – com a adesão de Mahmundi.
As batidas e programações do DJ Seven Beats se harmonizam com o baticum de Maninho no arranjo criado por Rafael dos Anjos para a gravação da música.
Engajando o single Coisa boa na luta em favor dos plenos direitos do povo negro ("Preconceito aqui não tem lugar", sentencia um dos versos da composição), Diogo Nogueira e Mahmundi destinarão parte dos rendimentos obtidos com a gravação para a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), instituição que atua em mais de seis mil quilombos em 24 estados do Brasil.
O single Coisa boa gerou clipe gravado na cidade do Rio de Janeiro (RJ), com as participações de personalidades como Nelson Sargento, sob a direção de Cauã Csik e Ronaldo Land.
Fonte: G1 Mauro Ferreira