Articulada por empresa de cosméticos para ser a trilha sonora de projeto institucional intitulado Sonhos, a primeira conexão entre Emicida e Ivete Sangalo resulta sem a pegada do rapper paulistano e sem a vibração da cantora baiana.
Em que pesem as boas intenções de Trevo, figuinha e suor na camisa, faltou liga e faltou real conexão (e emoção) entre os artistas no inédito single apresentado na sexta-feira, 25 de setembro, em edição da gravadora de Emicida, Laboratório Fantasma.
Sobre o arranjo de base orquestrado por Nave com programações, samples e baixo, o rapper dá voz a uma letra em que emana positividade, propagando o valor dos sonhos que atravessam gerações em discurso recorrente na obra do artista e coerente com a ideologia pacifista do cancioneiro de Emicida. A voz de Ivete entra no refrão, sem o habitual calor e sem contagiar ou emocionar.
O arranjo de metais criado pelo trompetista Henrique Manchuria – responsável também pelo toque do flugelhorn – é o sopro de frescor na gravação feita em tons pastéis e promovida com clipe de animação.
Dirigido por Felipe Macedo e Cadu Macedo, o clipe está sendo posto em rotação em sintonia com a edição do single Trevo, figuinha e suor na camisa.
As boas vibrações da gravação se revelam insuficientes para fisgar o ouvinte e justificar a expectativa gerada pela primeira união musical de Emicida com Ivete Sangalo.
Fonte: G1 Mauro Ferreira