16/11/2020

Álbuns de Belchior ganham edições em CD

Em essência, a obra do cantor e compositor cearense Antonio Carlos Belchior (26 de outubro de 1946 – 30 de abril de 2017) foi sedimentada pelo artista entre 1974 e 1984.

Ao longo desse período, Belchior lançou oito álbuns autorais de estúdio – Belchior (1974), Alucinação (1976), Coração selvagem (1977), Todos os sentidos (1978), Belchior – Era uma vez um homem e seu tempo (1979), Objeto direto (1980), Paraíso (1982) e Cenas do próximo capítulo – 1984 (1984) – que apresentaram o suprassumo de cancioneiro angustiado que sempre pareceu carregar o peso da cabeça do compositor, com destaques para os discos da década de 1970.

Após a segunda metade dos anos 1980, Belchior passou a viver do passado em discos e shows, ainda que tenha apresentado repertório inédito nos álbuns Melodrama (1987), Elogio da loucura (1988) e Bahiuno (1993).

Dois álbuns retrospectivos do cantor, Um show – 10 anos de sucesso (1986) e Trilhas sonoras (1990), ganham as primeiras edições em CD na caixa Paralelas, produzida pelo jornalista e pesquisador musical Renato Vieira para a gravadora Warner Music.

A caixa Paralelas chega ao mercado fonográfico em 4 de dezembro. Vieira, que assina os textos do box, produziu edições remasterizadas por Ricardo Garcia, conceituado engenheiro de som do mercado fonográfico carioca.

Ambos os discos foram lançados originalmente em LP pela gravadora Continental, cujo acervo foi adquirido pela Warner Music em 1993. Embora pareçam discos ao vivo, impressão reforçada pela fotos das capas, os álbuns Um show – 10 anos de sucesso e Trilhas sonoras foram gravados em estúdio – o segundo gravado no estúdio paulistano Gravodisc como se fosse um registro ao vivo de show – e trazem repertórios complementares que compilam quase tudo o que Belchior produziu de melhor na obra fonográfica.

O álbum Um show incorpora, como faixa-bônus, a gravação de Vozes da seca (Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1953) feita por Belchior com Anastácia para álbum da cantora, 30 anos de forró, lançado em 1985. Em contrapartida, o álbum Trilhas sonoras reapresenta a música Beijo molhado (Belchior, 1984) sem a citação incidental da canção italiana Al di là (Carlo Donida e Mogol, 1961), por questões jurídicas.

A caixa Paralelas foi produzida por Renato Vieira nos mesmo moldes da caixa Tudo outra vez, lançada em 2018 com as definitivas edições em CD dos álbuns Belchior (1974), Coração selvagem (1977), Todos os sentidos (1978), Belchior – Era uma vez um homem e seu tempo (1979), Objeto direto (1980) e Paraíso (1982).

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: G1 Mauro Ferreira

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