16/11/2020

Conheça 'Power Up', novo álbum do AC/DC

Como uma fênix, o AC/DC provou que consegue renascer das cinzas. Até o mais otimista dos fãs já estava aceitando a ideia de que poderia viver em um mundo sem o som monolítico dos australianos, mas, quase que por milagre, eles conseguiram se reagrupar e, melhor ainda, lançar "POWER UP", um disco que, mesmo sem ter o mesmo nível de seus grandes clássicos dos anos 70 e início dos 80, se mostra uma boa adição ao catálogo do grupo que agora conta com 17 trabalhos (16 internacionalmente).

Os temores tinham razão de ser: quando eles tocaram a última nota do derradeiro show de sua "Rock Or Bust Tour", em setembro de 2016 aquela formação era bem diferente da que os fãs se acostumaram a ouvir, e ver, por décadas. Angus Young estava lá, claro, e o baixista Cliff Williams, com eles desde 1975 também, mas as semelhanças acabavam aí.

O guitarrista, e líder nos bastidores, Malcolm Young sofrendo com demência, tinha sido substituído por seu sobrinho Steve Young - o músico morreria em 2017. O baterista Phil Rudd também não estava lá e sim Chris Slade, depois de ter e envolvido em um problema com a justiça neozelandesa. Mais estranho ainda foi ver Axl Rose substituindo, de forma muito competente, diga-se, o vocalista Brian Johnson, que, a partir de 1980, substituiu Bon Scott depois de sua morte.

Com graves problemas auditivos, o cantor recebeu um ultimato de seus médicos: parar de fazer shows imediatamente sob o risco de ficar totalmente surdo.

Como se vê, a mera existência de "POWER UP" merece ser celebrada e ele está aí graças a Angus Young, que conseguiu reunir Johnson, que realizou um tratamento experimental que está lhe permitindo voltar ao mundo do rock, Rudd e Williams que havia anunciado a sua aposentadoria.

As músicas têm origem incerta, mas todas são assinadas por Angus e Malcolm - os dois irmãos teriam composto vários rascunhos antes que a doença de Malcolm se agravasse de vez, e havia também material que sobrou de trabalhos anteriores - ainda que tudo aqui tenha sido gravado entre 2018 e 2019.

Os fãs certamente irão se divertir com o novo álbum que não busca inovar - se tem uma banda que se orgulha de fazer sempre "a mesma coisa" é o AC/DC, mas se mostra bastante coeso e forte - vide o single "ac/dc", a surpreendente "Through The Mists Of Time", essa com melodia mais pop e cara de sucesso, a abertura poderosa com "Realize" e a faixa de enceramento, "Code Red", essa com um riff que remete ao Led Zepellin.

A outra notícia boa é que eles não é preciso escutar o disco como um trabalho de despedida. Angus já disse que há ainda material para pelo menos mais dois álbuns nesse mesmo molde - e, claro, nada impede que ele comece a cuidar do material, seja sozinho ou com a ajuda de Johnson, que escrevia as letras deles nos anos 80.

Ouça o álbum!

 

 

 

 

 

 

Fonte: Vagalume

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