“Perdido na cidade, invisível pra sociedade, vivo / Ou morro / Ôô, uôô, uôô, uôô... / Sou igual, quando eu grito gol / Mas, se for discursar, vão me calar / Aplaudir, só se eu fizer um show / Mas, lá no Carnaval, faço sambar / Eu sou comunidade e desde moleque / Tive que logo cedo crescer e somar / E na atividade da linha de sempre / Meu legado foi sobreviver e cantar”.
Os versos da letra de Homem invisível expõem o tom crítico da composição de Prateado, Luiz Cláudio Picolé e Braga. Aditivada com o rap de Projota, a música Homem invisível foi estrategicamente apresentada por Péricles em single lançado na sexta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Na gravação dessa música inédita, o cantor de pagode se une ao rapper para protestar contra a invisibilidade do homem negro e pobre na sociedade.
A mensagem passada na letra de Homem invisível é a de que, por estar estruturada em bases racistas, a sociedade brasileira somente enxerga e aplaude o homem negro e pobre quando ele ascende socialmente, se destacando nos campos de futebol (fazendo gols para o time da torcida), no campo das artes (como cantor, por exemplo) e no Carnaval.
O single Homem invisível faz parte do álbum "Tô achando que é amor", cujo repertório vem sendo paulatinamente revelado por Péricles desde agosto em série de EPs.
Fonte: G1 Mauro Ferreira