O mundo era bem diferente em 1° de março de 2020 quando Maroon 5 cantou em São Paulo pela última vez. A pandemia não passava pela cabeça, mas surpreendeu a todos em poucos dias. O show foi um dos últimos internacionais que aconteceram no Brasil.
Dois anos depois, a apresentação da banda californiana desta terça-feira (5), no Allianz Parque, segue a fórmula garantida dos hits, mas é marcante pelo gostinho de reencontro.
Eles tocam nesta quarta em Porto Alegre e, depois, seguem para Buenos Aires.
Não há grandes invenções de lá para cá, além do acréscimo de músicas do último álbum "Jordi", como "Lost" e "Beautiful Mistakes", e de um jogo de luzes que chama atenção.
O Maroon 5 é uma banda afiada, tem hits que preenchem mais do que um repertório facilmente e um público brasileiro fiel. E todo mundo ali no palco sabe disso.
O show começa com "Moves Like Jagger", "This Love", "Stereo Hearts" e "One More Night". Levine anda pela passarela e atiça as 45,5 mil pessoas a gritar mais alto. Jogo fácil.
"Vocês conseguem guardar segredo?", pergunta o vocalista antes de começar uma versão acústica de "Payphone".
"O Brasil é o nosso lugar favorito para tocar. Vocês são os melhores do mundo. Esse é o meu segredo", diz, todo bobo e feliz.
"A gente veio tocar no Rock in Rio em 2011 porque alguém não pôde vir... Eu nunca vou esquecer, desde então a gente sente o amor de vocês".
O Maroon 5 substituiu Jay-Z, que cancelou o show por motivos pessoais. Seis anos depois, eles também assumiram essa função quando Lady Gaga não veio para o festival.
Apesar do clichê, Levine convence a multidão que saiu de casa para assisti-lo em uma terça-feira. "Foram anos estranhos, estamos felizes de estar aqui com vocês".
A banda também apresenta versões de "This Love", "Sunday Morning", "Harder To Breathe" com um peso maior de rock. A última tem solo guitarrista James Valentine.
No bis, Levine volta enrolado na bandeira do Brasil e sem camisa para "Love Somebody".
Depois, acontece outro momento acústico, já conhecido dos fãs, com "She Will Be Loved", hit do inspirado álbum de estreia, "Songs About Jane", de 2002.
É bonito ouvir o coro uníssono de um estádio inteiro cantando com o seu ídolo outra vez. Obrigada, vacina.
ABERTURA COM JÃO
O cantor paulista de 27 anos surfa uma onda de grande sucesso com a turnê "Pirata", mas encontrou nesta terça um público que não sabia de cor e salteado suas músicas.
A turma mais nova até se envolveu com os hits, mas quem era fã antigo da banda assistia à apresentação sem grandes reações. "Coringa", "Idiota" e "Imaturo" foram os que mais se destacaram.
Dificilmente outro artista pop brasileiro casaria tão bem para abrir esse show, ainda mais com todo esse hype atual, mas a questão é que, no fim, as pessoas só queriam saber do Maroon 5.
fonte: g1