Críticos e colunistas musicais raramente acertam quando decidem fazer previsões para um ano que se inicia. Não será diferente em 2024.
Por isso, é mais prudente, em vez de arriscar previsões, apontar fatos e tendências que se insinuam no ano novo iniciado no Brasil neste exato segundo.
Entre esses fatos, há os tributos a Chico Buarque pelos 80 anos que o artista fará em 19 de junho. Discos (como o de Claudette Soares), shows (como o do Quarteto do Rio) e musicais de teatro (como o espetáculo escrito por Rafael Gomes e estrelado por Laila Garin) serão apresentados ao longo do ano com o repertório autoral do compositor, dono de uma das maiores – em todos os sentidos – obras da música brasileira em todos os tempos.
Ainda na seara da MPB, poderá haver a reunião de Caetano Veloso e Maria Bethânia em show conjunto – o primeiro feito somente pelos irmãos desde 1978. Bethânia já aceitou o convite enquanto alinhava álbum previsto para 2024. Falta o ok de Caetano – que já tem sinalizado a intenção de desacelerar o ritmo profissional – para a turnê se concretizar em 2024.
Especula-se também a reunião de Ney Matogrosso e Simone em turnê pelo Brasil com show inédito dos amigos no rastro do recente single (Por que você não vem morar comigo?) lançado pelos cantores em dezembro.
E por falar em excursões, 2024 será ano marcado por grandiosas turnês de artistas brasileiros por arenas, estádios e grandes casas de shows. Jão estreia em janeiro a SuperTurnê. Em fevereiro, Zeca Pagodinho inicia giro pelo Brasil com show comemorativo de 40 anos de carreira. Em março, o Sepultura começa por Belo Horizonte (MG) o braço brasileiro da turnê mundial de despedida Celebrating life through death. Em maio, entra em cena Ludmilla in the house tour.
Essas turnês poderão ou não entrar na rota dos festivais, que continuarão firmes e fortes em 2024, ano de mais um Rock in Rio que já confirmou Jão, Gloria Groove, Ivete Sangalo e Paralamas do Sucesso entre as atrações nacionais.
Na seara dos discos, Pabllo Vittar lançará a sequência do álbum Batidão tropical, com artistas do Pará entre os convidados, enquanto Anitta virá com o primeiro álbum na gravadora norte-americana Republic Records. Já Alceu Valença recria hits foliões com convidados no álbum Bicho maluco beleza – Carnaval.
João Bosco apresentará o primeiro álbum de estúdio e músicas inéditas em sete anos. Cátia de França também já aprontou álbum de músicas inéditas. Artista que já entrou no radar de grandes cantoras da MPB, Almério também já tem álbum autoral pronto para ser lançado. E Zé Ibarra lançará o primeiro álbum solo gravado em estúdio.
Na área do jazz brasileiro, é seguro cravar que o pianista Amaro Freitas colherá elogios com o quarto álbum, YY, programado para 1º de março.
Contudo, o bom de qualquer ano novo é que ele é um caderno em branco com folhas que ainda serão escritas. Álbuns e shows sobre os quais ainda nada se sabe pipocarão ao longo de 2024 e farão a festa do público ouvinte e espectador.
Fonte: G1