Ainda é cedo para saber se Samuel Rosa vai se consolidar como artista solo, seguindo os passos de antecessores como o parceiro Nando Reis e como Paula Toller. No momento, o artista segue o jogo – ou seja, segue com a primeira turnê pós-Skank, nomeada Rosa – e transita pelas principais cidades do Brasil com o show motivado pelo álbum solo também intitulado Rosa e lançado em 27 de junho.
A estreia carioca do show Rosa aconteceu na noite de ontem, 9 de agosto, na casa Vivo Rio, com casa cheia. “O Rio sendo Rio comigo. Sempre generoso”, celebrou em cena o cantor, compositor e guitarrista mineiro ao caracterizar a turnê como “nova fase” e “novo ciclo”.
Entre músicas novas e velhos sucessos do Skank, motor do roteiro de apresentação que transcorreu quase sempre aquecida, Samuel Rosa reverenciou o legado de duas bandas formadas no início dos anos 1980, uma década antes da criação do Skank.
“O que seria talvez o Skank se não tivesse existido Paralamas do Sucesso?”, ponderou Samuel Rosa ao cantar Lourinha bombril (1996), versão em português de Herbert Vianna para Parate y mira (Diego Blanco e Baiano, 1994), sucesso da banda argentina de reggae e ska Los Pericos.
Apresentada pelos Paralamas do Sucesso no álbum 9 luas (1996), Lourinha Bombril foi regravada pelo trio em 2008 com Samuel Rosa em show com a banda Titãs, perpetuado em álbum ao vivo. No show solo Rosa, Samuel cantou Lourinha bombril com o naipe de metais em brasa que remeteu ao som dos Paralamas e do próprio Skank.
Três números depois, o cantor deu voz a um sucesso da série “ música que gravei com meus grandes ídolos” e encheu Tarde vazia (Edgard Scandurra e Ricardo Gaspa, 1990) de reverência ao Ira!, grupo paulistano que lançou a composição no álbum Clandestino (1990) e, após 14 anos, a regravou com Samuel Rosa em álbum acústico editado em 2004.
Tarde vazia foi cantada por Samuel com o coro do público em número que mostrou que a plateia do Vivo Rio conhecia a linha evolutiva do rock brasileiro e, por tabela, as trajetórias de Paralamas do Sucesso, Ira! e Skank.
E assim, entre reverências ao próprio passado no Skank e ao alheio, o artista mineiro conquistou o público carioca com o show Rosa e, de quebra, apresentou as músicas do “novo ciclo”. Segue o jogo...
Fonte: G1