Se o tema do Rock in Rio esse ano é a celebração de 40 anos de existência, no dia do rock, é impossível ficar sem um representante de peso do rock clássico. A banda convocada para ocupar o espaço foi Deep Purple.
O cultuado grupo inglês formado em 1968 também é dono de alguns dos principais hinos do rock. “Highway star”, a primeira do show, é um deles.
A banda, que resistiu também às mudanças de formação, entra após uma introdução como num filme dos anos 1970.
Infelizmente, não com a potência vocal que a música pedia: Ian Gillan se esgoelou em um microfone que não funcionou. A falha foi arrumada antes do fim faixa. Ainda bem.
Recentemente, eles lançaram uma edição comemorativa de “Machine head”, o sexto álbum e o mais representativo do grupo, de 1972. Em seguida, veio um de inéditas, “=1”.
Além de Gillan, estão também Roger Glover, Ian Paice, Don Airey e Simon Mcbride.
O roteiro prioriza esses dois trabalhos. A distância temporal entre eles não interfere na fluidez do show.
Depois da abertura, veio “A Bit on the Side”, do mais recente, e assim, eles vão intercalando trabalhos do século passado com os mais atuais.
O grupo é barulhento e resistente. Gillan se esforça para manter o vocal, mas é perceptível a instabilidade na mão ao segurar o microfone e os passos menos enérgicos.
O solo de teclado de Don Airey arranca aplausos ao fazer brincadeiras com as músicas e brindar com uma taça de vinho trazida por um garçom.
“Esta música não é sobre aquecimento global e sim quando eu fiquei bêbado e coloquei fogo na minha casa”, disse Gillan antes de apresentar “Lazy sod”, da nova safra.
Empolgam também com “Space truckin’”, mas nada como outro hino para fazer os celulares subirem: era a vez de “Smoke on the water”. Fica bonito quando eles jogam para galera cantar o refrão.
A plateia levou susto com a saída adiantada da banda. Mas era só a firulinha para pedirem o bis. Eles voltaram ainda para “Hush” e “Black night”, outro clássico. Gillan pareceu sair feliz. Os fãs também.
Fonte: G1