Há uma grande chance de haver um espetáculo cheio de neon, talvez algum número de voo e com certeza uma música exaltando o "poder feminino" quando a cantora pop Katy Perry subir ao palco durante o intervalo do Super Bowl, os 12 minutos mais assistidos da TV norte-americana.
Pode parecer que Katy irá destoar do mundo excessivamente "masculinizado" do futebol americano, mas a apresentação da intérprete de "Firework" neste domingo (dia 1º) pode acabar se revelando o momento "girl power" que o esporte mais popular dos Estados Unidos precisa – tanto para atrair um público mais jovem quanto para reformular sua imagem junto às mulheres após uma série de casos de violência doméstica.
"Katy Perry é uma artista que tem apelo junto a muitos fãs, assim como muitas crianças", disse Jason Lipshutz, editor associado da revista "Billboard". "Obviamente, a Liga Nacional de Futebol (americano, NFL, na sigla em inglês) quer atrair um público mais jovem com seu show bombástico no intervalo."
As torcedoras são uma área de crescimento essencial para a NFL, que recebeu críticas ásperas por sua reação titubeante quando Ray Rice, ex-astro do Baltimore Ravens, agrediu sua atual esposa, Janay Palmer.
A escolha de Katy para estrelar o que a indústria musical considera sua vitrine mais valiosa leva adiante a tendência da NFL de selecionar artistas que atraem os telespectadores mais jovens, aqueles que os anunciantes mais cobiçam.
A apresentação de Bruno Mars no ano passado atraiu o recorde de 115,3 milhões de espectadores, pouco mais que o próprio jogo, um sinal de que a aposta da liga em artistas mais jovens, ao invés de favoritos dos cinquentões, como Paul McCartney em 2005 e Bruce Springsteen e 2009, valeu a pena.
"Sinto como se estivessem superando meu sonho", disse a cantora à revista da ESPN na semana passada. O roqueiro Lenny Kravitz irá tocar como convidado no intervalo da partida entre New England Patriots e Seattle Seahawks.
Katy, que tem o maior número de seguidores no Twitter – 63,8 milhões de pessoas – , fez questão de dizer publicamente que não pagou para se apresentar, já que a NFL teria supostamente pedido aos artistas de sua lista de possíveis convidados para contribuírem financeiramente.
Espera-se que o apelo da cantora com os adolescentes também a impeça de abusar da indecência, como aconteceu em 2004, quando a cantora Janet Jackson expôs um seio por conta do “mau funcionamento de uma vestimenta”, e em 2012, quando a rapper M.I.A. mostrou o dedo do meio.
"Ela não é uma artista atrevida, os pais podem levar seus filhos para o estádio despreocupados", declarou Lipshutz.
Fonte: Reuters