Há 30 anos, o grupo paulistano Titãs – então já com a formação clássica composta por Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Marcelo Fromer (1961 – 2001), Nando Reis, Paulo Miklos, Sergio Britto e Tony Bellotto – começou a ter uma cara e um som mais bem definidos na cena roqueira do Brasil com o lançamento do terceiro álbum do octeto, Cabeça dinossauro (1986), disco instantaneamente antológico que alvejou com virulência punk sagradas instituições nacionais como a família e a igreja. Cabeça dinossauro levantou a moral dos Titãs em ano, 1986, marcado por grandes álbuns de bandas da geração 1980 do rock brasileiro. Decorridos 30 anos, o disco inspira livro de contos, Cada um por si e Deus contra todos, cujo título foi extraído de verso de Homem primata (Sergio Britto, Marcelo Fromer, Nando Reis e Ciro Pessoa, 1986), uma das 13 músicas do álbum.
No livro, cada música inspira texto ficcional de um escritor diferente. AA UU (Sergio Britto e Marcelo Fromer, 1986), por exemplo, motivou o jornalista Ricardo Calazans a escrever Vinte e quatro por sete – Ficção trabalhista. Igreja (Nando Reis, 1986) foi a música inspiradora de Saga sacra, conto confessional da cantora, compositora e atriz Letícia Novaes (do extinto duo Letuce). Já Bichos escrotos (Arnaldo Antunes, Sérgio Britto e Nando Reis, 1986) deu origem ao conto Os animais são bem maneiros, escrito por Rafael Sperling e ilustrado por Ana Mohallen. Recém-lançado pela editora Tinta Negra, o livro Cada um por si e Deus contra todos tem organização do escritor André Tartarini. O prefácio é assinado pelo titã Tony Bellotto, que celebra a perenidade do inspirador álbum Cabeça dinossauro.
Fonte: G1 Mauro Ferreira